Câncer de Mama: histórico, prevenção e o papel da Cannabis Medicinal

O câncer de mama é o tumor mais frequente entre as mulheres em todo o mundo. Desde 2023, foram estimados mais de 73 mil novos casos anuais, com incidência de 4 afetadas a cada 10 mil habitantes, principalmente nas Regiões Sul e Sudeste do País. 

Apesar de se tratar de uma condição séria de saúde, a maioria dos casos é curável, especialmente se descoberto no início. Dessa forma, é importante sublinhar o papel da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.

Devo me preocupar com o câncer de mama?

Por volta de 30% dos casos de Câncer de Mama são decorrentes de fatores genéticos, mas isso não é uma sentença. Na verdade, se trata de um convite para se atentar ao cuidado com o corpo, no caso de possuir histórico familiar. Para os outros 70% da população, essa atenção à prevenção também é válida:

  • Hormônios: A desregulação dos hormônios sexuais femininos pode aumentar a chance de desenvolver a doença. Essa desregulação pode acontecer tanto pelo emprego de terapias hormonais, quanto por obesidade.
  • Estilo de Vida: Além da obesidade, o sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool também são considerados fatores de risco para o Câncer de Mama.

A Sociedade Brasileira de Mastologia indica a mamografia anual para todo o público feminino a partir dos 40 anos de idade. Em 2022, o SUS realizou quase 4 milhões de exames e, entre 2000 e 2020, por volta de 40% dos casos foram diagnosticados em fase avançada.

Cannabis Medicinal e câncer de mama

No tratamento da doença, o uso medicinal da Cannabis é conhecido por reduzir dores associadas à condição e à própria quimioterapia, além de diminuir efeitos colaterais de outros medicamentos como enjôos e inapetência

É comum, também, que pacientes oncológicos façam uso de opioides para diminuição da dor. Estudos indicam que, além de ser escolhido pelos pacientes como tratamento complementar, a Cannabis também auxilia na diminuição dos outros medicamentos para a dor. Para muitos casos, garantindo um tratamento mais natural e menos extremo para o organismo já fragilizado.

63%das pacientes relatava falta de eficácia dos medicamentos oncológicos, antes da introdução da Cannabis.

E um dos principais estudos realizados sobre o tema, desenvolvido em Minnesota e reconhecido pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica mostrou resultados positivos para todos os sintomas de câncer avaliados, ao longo de 4 meses de tratamento.

Veja os sintomas que foram aliviados com o uso da Cannabis:

  • ansiedade;
  • falta de apetite;
  • depressão;
  • distúrbios do sono;
  • fadiga;
  • náuseas;
  • vômito; 
  • dores.

 

1120 pacientes foram avaliados com diferentes técnicas de administração e concentrações de CBD/THC sendo que os poucos, quando presentes (10,5% dos pacientes), efeitos colaterais, foram muito mais leves do que os experimentados pela quimioterapia.

E os prescritores médicos?

Mesmo sendo uma doença de grande importância para a comunidade médica, científica e de interesse público, ainda é possível ver como a informação não chega à todos os profissionais da maneira como deveria.

Um estudo norte-americano, pelo Jornal de Oncologia Clínica, 400 médicos foram entrevistados.

252 (63%), destes, responderam à pesquisa e menos de 120 (30%) alegaram se sentir informados o suficiente para prescrever os derivados de cannabis para pacientes oncológicos, até o último censo em 2018.

A Associação Alternativa se disponibiliza como apoiadora nessa causa, disseminando informações para profissionais da saúde e seus pacientes.

Agora que você sabe um pouco mais sobre o tema, não deixe de compartilhar com alguém e ajude a espalhar a mensagem de cuidado e prevenção!

Referências

  • American Cancer Society Guideline for Diet and Physical Activity for Cancer Prevention, CA CANCER J CLIN 2020;0:1–27
  • Câncer de mama brasil. Disponível em: https://www.cancerdemamabrasil.com.br/. 
  • Michelle Sexton, ND, Jose M Garcia, MD, PhD, Aminah Jatoi, MD, Carey S Clark, PhD, Mark S Wallace, MD, The Management of Cancer Symptoms and Treatment-Induced Side Effects With Cannabis or Cannabinoids, JNCI Monographs, Volume 2021, Issue 58, December 2021, Pages 86–98,
  • ANDERSON, Susan P. et al. Impact of medical cannabis on patient-reported symptoms for patients with cancer enrolled in minnesota’s medical cannabis program. Journal of Oncology Practice, vol. 15, no. 4, p. e338-e345, Apr. 2019. Available from: https://doi.org/10.1200/jop.18.00562. 
  • BRAUN, Ilana M. et al. Medical oncologists’ beliefs, practices, and knowledge regarding marijuana used therapeutically: a nationally representative survey study. Journal of Clinical Oncology, vol. 36, no. 19, p. 1957-1962, 1 July 2018. Available from: https://doi.org/10.1200/jco.2017.76.1221.



sobre o autor:

Marcelo Funicelli

Biólogo

Formado pela Universidade Federal de São Paulo, se dedica à pesquisa da biodiversidade psicoativa e seu potencial terapêutico para condições de saúde mental e dor. Além da dedicação privada à educação sobre os usos medicinais da Cannabis, também desenvolve projetos associados aos fungos Psilocybe e à ayahuasca.

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